Durante cerca de cem anos discutiu-se se a forma grave e congênita
(dita "de Vrolik", do nome do anatomista holandês que a descreveu, em
1849) e a forma leve ou tardia (dita "de Lobstein",
anatomo-patologista e ginecologista de Strasburgo que a descreveu, em 1833)
fossem ou não a mesma patologia. Em 1906 Looser havia demonstrado que o
quadro microscópico das duas formas era praticamente o mesmo; entretanto,
nos últimos anos as pesquisas bioquímicas e genéticas revelaram um tal
numero de variantes que a teoria unicista não podia mais sequer ser proposta.
Sob o nome genérico de Osteogênesis Imperfecta se coloca, portanto,
uma série de formas com características clínicas, hereditariedade, evoluções e
conotações bioquímicas diferentes, nas quais o denominador comum é constituído
pela impossibilidade dos osteoblastos produzirem osso estruturalmente e
quantitativamente normal.
É natural, portanto, que em tal confusão se tenha procurado colocar
ordem, separando-se formas homogêneas por características clínicas, bioquímicas
e genéticas. Trata-se de um objetivo que requer um forte empenho por
parte dos clínicos e dos pesquisadores: é este o setor em que as Associações
para a Osteogênesis Imperfecta podem prestar os máximos serviços para o
conhecimento da doença, colocando à disposição os dados necessários para uma mais
aprofundada consciência dos pacientes e promovendo a colaboração
interdisciplinar. Um primeiro passo para uma classificação da
Osteogênesis Imperfecta, baseada nos modernos critérios clínicos,
genéticos e bioquímicos foi compilada nos últimos anos e já tem trazido seus
frutos. Foram categorizadas, de fato, algumas formas presumivelmente
homogêneas, ao menos para os critérios até agora propostos. (Clique no
ícone abaixo para conhecer a classificação, mas considere que ela é apenas uma
referência, e não constitui um fato para todos os portadores de O.I., cuja
variabilidade em termos de manifestações e sintomas da doença é imensa. Nota da
tradutora)
Hereditariedade
As possibilidades de os genitores terem um filho
afetado por O.I e terem um segundo filho atingido pela mesma doença é, para as
formas dominantes, de 50% de risco. Para as formas recessivas o risco é de 25%.
E para as formas esporádicas, sem precedentes familiares, o risco é muito modesto
(2 a 5%).
Nascimento
Por mais que seja útil um diagnóstico prenatal,
apenas se conseguem dados que podem deixar margem para uma dupla interpretação.
É certo que apenas as formas mais graves de O.I., as do tipo II e III,
que apresentam graves deformidades e fraturas já no útero, se prestam à
diagnose pre-natal, que é seguida pelo exame radiográfico e ecográfico. Tendo
em conta, porém que os casos de tipo III são muito freqüentemente
esporádicos, deriva que a indagação é justificada sobretudo para as formas do
tipo II. É óbvio que cada conselho genético pressupõe uma perfeita
diagnose, para a qual a colaboração entre o geneticista e o clínico se faz
necessária.
Freqüência
A
incidência de Osteogênesis
Imperfecta nas populações mundiais é variável de 1/21.000 a 1/50.000
nascidos. (Estes
dados têm sido contestados por algumas entidades, dado que a doença é muito
pouco conhecida e muitos casos de O.I. só são diagnosticados após alguns anos
de história de fraturas e doenças. Apenas crianças que morrem ainda no útero de
suas mães ou no processo do parto, devido à presença de O.I. e as que
manifestam os sintomas logo nos primeiros tempos de vida estariam nestas
estatísticas, argumenta-se - Nota da tradutora).
Fonte: www.aboi.org.br
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