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Bifosfonatos

Written By Fatima Santos on sexta-feira, 10 de junho de 2016 | 14:26

Bifosfonatos
 
     A respeito do uso dos bifosfonatos, é importante conhecer seus efeitos positivos e colaterais. O presidente da OIFE, Rob Van Welzenis escreveu numa mensagem, em outubro de 1997. Veja também o artigo do Dr. Horácio Plotkin sobre o pamidronato, outro tipo de bifosfonato. 

      "Com respeito aos  bisfosfonatos [...]. Muitas pessoas na Europa estão algo hesitantes sobre a droga. FOSAMAX (um dos nomes pelos quais os bifosfonatos são comercializados - Nota da tradutora) é uma delas. Existem outras, também. 

    "Estou um pouco impressionado e alarmado com o número de pessoas nesta lista que está tentando o uso de FOSAMAX ou drogas similares em si mesmas sem um bom controle (ou mesmo sem um médico). Compreendo que nós todos temos esperanças de que ele faça maravilhas para O.I. e de fato parece ser uma das melhores novidades sobre O.I. do último ano; mas nós não deveríamos deixar nossa euforia nos levar sem refletir". 
    "Tudo que se sabe sobre FOSAMAX, no momento, é que ele aumenta a densidade da massa óssea em pessoas que sofrem de Osteoporosis, razão pela qual foi "empurrado" pela Merck, que viu um proveitoso mercado (nada de errado com isso). Se ele faz algo de bom para O.I., contudo, é ainda uma questão aberta. A resposta pode ser sim ou não. E mais provavelmente "depende". Deixem-me explicar a situação. 
    "Como todos os processos em nosso corpo, existem (pelo menos) dois atores contracenando na manutenção do tecido ósseo. Um dos atores procura destruir o osso e o outro estimula o desenvolvimento dele. Ambos são necessários por uma série de razões que não precisamos tratar agora.  Numa situação normal, "saudável", os dois atores conseguem um equilíbrio e um esqueleto bom é mantido. Tudo que  FOSAMAX diz fazer é desequilibrar a balança no sentido do estímulo do desenvolvimento ósseo. Deve-se ter cuidado com isto, porque  "brincar com o delicado equilíbrio natural é um jogo difícil e não isento de riscos". 
    "A questão que  permanece é se este "desequilíbrio" da balança faz algo de bom pela O.I. A princípio pode-se ver esta questão de modo trivial e responder simplesmente: "sim, mais massa óssea será um bom para quem sofre de O.I., resultando em menos fraturas". Mas talvez a resposta não seja tão simples. De um ponto de vista do colágeno (ponto chave para a Osteogênesis Imperfecta - Nota da tradutora), pode-se distinguir dois tipos de OI:
    Tipo I: com insuficiente produção de colágeno.

    Todos os outros tipos:
    com suficiente produção de colágeno, entretanto colágeno qualitativamente inferior".
    "Vamos discutir o primeiro tipo de O.I. primeiro. FOSAMAX não influencia a produção de colágeno em si, mas interfere com o equilíbrio destruição/construção, em algum ponto da complexa cadeia de manutenção do osso. Se isto resulta em um osso "melhor" não está claro, ainda. É concebível até mesmo que mais osso, neste caso, resulte em menor qualidade. Pode ser que tudo aconteça de modo positivo, mas pesquisas ainda são necessárias para saber o que atualmente acontece".
    "Para todos os outros tipos de OI, o desenvolvimento da produção da massa óssea meramente resultará em mais osso de estrutura errada. É muito questionável se isto é benéfico e poderia mesmo ser contraprodutivo. Ao aumentarmos a densidade óssea substituímos isso por menor produção de osso. Isto (a menor produção de osso) é  a causa da  Osteoporosis. e uma das razões pelas quais  as pessoas mais velhas parecem encolher. Devido às mudanças hormonais em seu corpo entre as idades de  40 e 50 anos, as mulheres tender a substituir seus osteoblastos e osteoclastos cada vez mais, ficando mais predispostas à Osteoporosis que os homens. Isto pode ser combatido através da reposição hormonal (a qual pode ser indesejável em algumas idades para homens e mulheres em geral) ou influenciando o equilíbrio osteoblasto/osteoclasto com FOSAMAX. Eu não quero privar vocês de suas esperanças, mas sinto que que um cuidado geral contra o uso descontrolado de FOSAMAX (e similares) é preciso. Uma vez tomado, FOSAMAX fica no corpo da pessoa por um tempo muito longo. E é ainda uma situação muito experimental no que diz respeito a O.I."
    "O que precisamos é de um bom programa de pesquisa. Seguindo a 6a. Conferencia Internacional sobre O.I. na Holanda, em 1996, alguns grupos tem tomado iniciativas neste sentido. Eu estou informado sobre o trabalho no Canadá,  Austrália, Europa (alguns países) e nos Estados Unidos".
    "Espero ter ajudado a esclarecer a situação; desse modo qualquer um pode tomar suas próprias decisões sobre se o risco é aceitável para si  mesmos ou para seus filhos".
     
     
    Data: 16 Outubro de 1997.

Notas do Dr. Emilio Roldan

Notas do Dr. Emilio Roldán sobre Osteogênesis Imperfecta


Estas notas a respeito do modo pelo qual se dá o processo da Osteogênesis Imperfecta nos ossos foram postadas pelo Dr. Emilio Roldán na lista de Osteogênesis, administrada por Maria Barbero. Ele autorizou que eu traduzisse seu texto para o português, a fim de divulgá-lo no Brasil.



Qualquer problema advindo de eventuais erros que possam gerar uma má
compreensão do texto deve ser atribuída exclusivamente a mim Ao Dr. Roldán,meu muito obrigada. Rita Amaral


"Olá a todos,

Nas últimas semanas estive lendo as mensagens de todos vocês, certamente comovedoras, e me parece q posso contribuir modestamente, enviando informação geral.  Para isto, estou preparando para vocês algumas notas que pouco a pouco irei distribuindo.

A questão de informação me preocupa especialmente, porque a O.I. é  uma enfermidade muito rara, cujo conhecimento é pouco difundido, e ele compromete um bom diagnóstico e tratamento. Vocês devem ter notado, nesta rede mesmo, que uma mesma pergunta pode receber opiniões diversas. Não é preciso desanimar. É preciso organizar-se.

Bem, aqui vai a primeira nota, com meus melhores desejos.

Nota I.

Que benefício se pode obter como pamidronato em O.I.?

O pamidronato é um medicamento que se utiliza já ha alguns anos para tratar varias enfermidades dos ossos. Entre elas a osteoporose, que é uma predisposição maior que têm certas pessoas  a sofrer fraturas
espontaneamente ou diante de pequenos golpes. Pertence [o pamidronato]  à  família de produtos conhecidos como bisfosfonatos.

A Argentina foi o primeiro país do mundo a obter esta medicação, em 1987, e também foi possível consegui-la muito cedo na  Holanda, razão pela qual ambos os países possuem muita experiência nos tratamentos com pamidronato.

Em outros países, estes produtos não estão disponíveis ou existem alguns similares de aparecimento muito recente, razão pela qual a informação que os médicos têm sobre estes medicamentos é muito desigual. Nos Estados Unidos, por exemplo, só se dispõe de injetáveis, motivo pelo qual os médicos de lá não têm experiências com os comprimidos que se toma por via oral. De modo que não se deve estranhar que alguns médicos não os conheçam bem ou não compreendam suas propriedades, ou até mesmo que o confundam com preparações distintas.

Também deve-se compreender que alguns experts em ossos e em bisfosfonatos não têm experiência certa em O.I., o que não é de estranhar, devido à raridade da O.I., e por isso é provável que não conheçam especificamente o uso de pamidronato em O.I., ainda que utilizem esse tipo de medicação em muitas outras indicações.

O pamidronato tem a propriedade de “grudar-se” ao osso e de não acumular-se em nenhum tecido brando (coração, rim,  pulmão, fígado, cérebro, etc.).
Todo o pamidronato que não se depositou no esqueleto é eliminado do
organismo poucas horas depois de ter  sido injetado ou tomado por boca. Por isso, é uma medicação considerada muito segura pelas autoridades sanitárias, já que é difícil que provoque mal estar secundário (em outra nota lhes falarei  sobre os efeitos adversos e como evitá-los).

No osso, o pamidronato se concentra nos locais de destruição ou troca do mineral e paralisa a célula que literalmente come o osso (e que se chama osteoclasto). O pamidronato não afeta adversamente a  célula que mineraliza o osso (e que se chama osteoblasto). Pelo contrário, estudos muito recentes indicam que até poderia melhorar a vitalidade da mesma. O  bem conhecido é que, ao cabo de certo tempo de tratamento, consegue-se alcançar  um balanço positivo a favor do aumento de mineral em todo o esqueleto. Por isso o osso se calcifica mais e se pensa que isso ajuda a torná-lo mais forte. Mas a questão não é tão simples e em conseqüência, os resultados podem variar.



Como veremos, o tipo de O.I, o tipo de metabolismo ósseo, o período de crescimento do paciente, o grau de mobilidade do mesmo, sua alimentação etc. são fatores que fazem com que a experiência com pamidronato em uma criança não seja igual à de outra.

Para entender isto um pouco melhor, é preciso explicar como funcionam os ossos na O.I. e como se pensa que ajuda em cada caso o pamidronato. Penso que o seguinte pode lhes interessar saber:

A O.I. tem três problemas ósseos que devem ser resolvidos. Dois são de natureza metabólica e um de tipo estrutural.

1. O primeiro problema metabólico é que o osso da pessoa com O.I. fabrica uma matriz de pouca qualidade e por isso os cristais não se aderem em quantidade e forma suficiente. Podemos imaginar o osso na O.I. como se fosse uma parede cujo cimento é muito brando e torna difícil a adesão firme dos ladrilhos. Portanto tem baixa densidade mineral (poucos ladrilhos).

2. O segundo problema metabólico é que no interior do esqueleto existe um sistema sensor que serve para adequar a qualidade dos ossos às  forças a que são submetidos (por exemplo a sustentar o próprio peso do corpo). Quer dizer que, por este mecanismo, normalmente se constrói “uma parede” de força exata para o uso que se lhe dá.  Na O.I. este sistema (chamado mecanostato)  se d conta de que a matriz mineral é pobre e trata de trocá-la  por uma nova. Mas a nova volta a ser pobre. E ela é trocada outra vez e outra vez. Este processo termina por desgastar ainda mais a matriz mineral, fazendo-a perder cálcio (em medicina, chamamos este processo de  “recâmbio  metabólico elevado” e os médicos o identificam medindo
produtos bioquímicos do osso nas análises de urina ou sangue).

3. O problema de estrutura. Ao mineralizar o osso durante o crescimento, a matriz óssea bem calcificada pode fazer funcionar bem seu mecanostato e por ação dos músculos que movem o osso este se desenvolve e adquire força progressivamente. As crianças com O.I. têm uma matriz com pouco cálcio e que metabolicamente pode se “mover” muito. Nestas condições a atividade do mecanostato não pode ser aproveitada para formar um osso forte (uma boa parede). E  portanto, esta estrutura não resiste às forças que se aplicam
sobre ele [osso]. Assim acontecem as fraturas. Como se vê, a O.I. é um ciclo vicioso de problemas metabólicos e de estrutura.

Se puderam seguir a explicação anterior, agora vou comentar com vocês como se pensa que atua o pamidronato e logo lhes resumirei quais são os efeitos clínicos que realmente se certificou até o momento.
Ao inibir o osteoclasto (a célula comedora de osso), o pamidronato freia todo o processo de contínua substituição de matriz mineral. Isso ja acontece desde a primeira injeção ou a primeira cápsula que se tome. Com isso  corrige o problema metabólico #2. Sob os efeitos do pamidronato, a substituição do osso é mais moderada e dá chances de que se possa evitar a perda de cálcio. Com o tempo, também se ganha mineral compensando (ainda que sem corrigir) o problema metabólico #1.  Ao ter o metabolismo controlado, e  a matriz mineral melhor mineralizada por efeito do pamidronato, pensa-se que o mecanostato pode chegar a reagir melhor.

Se se aproveitar o tratamento com pamidronato para simultaneamente mover os músculos desde dentro (pela medicação) e desde fora (a vontade do próprio paciente) isto ajudará a  construir um osso cada vez mais forte.

Pelos motivos acima comentados se está administrando  pamidronato na O.I. O medicamento não cura, mas controla em parte o metabolismo de modo a  ajudar o osso a se tornar mais resistente a fraturas.

As primeiras crianças com O.I.foram  tratadas na década de 80, com
pamidronato oral. Ali se demonstrou que efetivamente este composto aumenta a densidade mineral dos ossos, não afeta o crescimento, as vértebras aumentam de tamanho, controla o metabolismo de substituição e a perda de cálcio dos ossos. Alguns investigadores crêem que se produz uma tendência a sofrer menos fraturas mas não o podem certificar porque, para isso, seria necessário estudar muitos casos. Fica pendente a questão sobre se o osso se fortalece realmente ou não.

Em  algumas poucas crianças, fizemos estudos com técnicas mais sofisticadas (tomografía quantitativa) e comprovamos que a mineralização que o pamidronato produz é boa, embora a resistência do osso não melhore na mesma proporção, porque continua sendo pobre o fator estrutural. É claro que este não pode ser melhorado simplesmente por uma medicação. Sem embargo, a expectativa de produzir melhoras na resistência pode crescer significativamente ao se combinar tratamentos de pamidronato com exercícios físicos programados.  Isso quer dizer que no presente, não se pode afirmar
que o pamidronato evitar 100% das fraturas, mas que melhoram as condições do osso para que as fraturas não sucedam. Pode-se dizer que estamos caminhando mas que ainda não atingimos o objetivo."

Numa próxima nota comentarei com vocês sobre os efeitos colaterais e
contra-indicações. Também incluirei citações bibliográficas para que possam consegui-las e fazê-las chegar a seus médicos. Já conhecem a recente publicação de Horacio Plotkin, que até o momento é a mais completa.

Informar-se, em O.I, é a  chave (também estou preparando para vocês uma nota de como informar-se sem confundir-se).

Até breve.


Dr. Emilio J.A. Roldán "Gador S.A. - Dirección Médica"

REABILITAÇÃO EM OSTEOGENESIS IMPERFECTA

REABILITAÇÃO E RESULTADO FUNCIONAL EM OSTEOGENESIS IMPERFECTA


Jennifer Ault (Especialista em Reabilitação Pediátrica) New Children's & Westmead Hospitals, N.S.W., Australia, 2145.

 
  Tradução: Rita Amaral

A intervenção pela terapia de bisfosfonato aumentou radicalmente o  potencial de reabilitação no tratamento de crianças com Osteogenesis Imperfecta. Em nosso programa existem 39 crianças recebendo pamidronato intravenoso em ciclos e uma criança recebendo Alendronato oral, e nós consultamos um grande numero de criança na Austrália e Nova Zelândia. Três das metas da reabilitação pediátrica em OI têm sido atingidas através do uso atual de bisfosfonatos, a saber:

Diminuição da osteoporose por imobilização;
Promoção dos exercícios usando o peso, a fim de aumentar a força dos ossos;
Redução da dor nos ossos.

Crianças recebendo estes agentes têm estaminas aumentadas e diminuição da dor nos ossos, da fadiga e relatam aumento da força muscular.
De qualquer modo, há muitos outros casos sob o amplo guarda-chuva da reabilitação. Nós tratamos crianças, no Centro, com vários tipos de OI, incluindo OI tipo IIB e tipo Bruck and Cole-Carpenter. Está claro que:

Crianças com OI tratadas com sucesso com Pamidronato continuam a ter fragilidade óssea e a sofrer algumas fraturas;
Muitas ainda têm baixa estatura e freqüentemente são desproporcionadas;
Crianças com hipermobilidade e OI  continuarão a ter hipermobilidade;
Crianças com deformidades severas nos ossos longos ainda precisarão de cirurgias e reabilitação pós-operatória para se mobilizar;
Cirurgias espinais, para algumas crianças com  cifoscoliose podem agora ser úteis.
No novo Children's Hospital, todas as crianças com OI são tratadas por uma Equipe Multidisciplinar de Displasia dos Tecidos Conectivos. Semanalmente, clínicos de várias especialidades se reúnem, envolvendo um especialista em reabilitação, um geneticista clinico, fisioterapeutas e um  terapeuta ocupacional. Se necessário, conta-se com o apoio de endocrinologistas pediátricos, cirurgiões ortopédicos e um técnico ortopedista. Temos usado FIM/Wee FIM e/ou PEDI para monitorar o resultado funcional em crianças mais novas. Ambas as ferramentas provêm bons indicadores do montante de cuidado necessário para crianças mais jovens e aquelas com alta dependência e necessidades, mas não mapeiam o progresso desenvolvimental de crianças osteopênicas com melhor mobilidade.


              Reabilitação de crianças e adolescentes tratadas com bisfosfonatos.

Os desafios específicos da reabilitação incluem:
O desenvolvimento de estratégias para a prevenção de fraturas e proteção esqueletal  para o vastamente mais móbil e energético grupo de pacientes tratados com bisfosfonatos;
O encorajamento e avaliação de programas de exercício para crianças individuais, visando estabelecer hábitos de exercício para toda a vida;
A administração da hipermobilidade, particularmente das mãos;
O desenvolvimento de órteses  individualizadas para crianças com pés “deformados”.

Alerta: 

Precisamos estar atentos para alguns problemas especiais em OI.  A Impressão Basilar afeta 25% de todos os pacientes com OI e acima de 70% dos com OI tipo IV com Dentinogenesis imperfecta.  Uma vez que não podemos prever quais bebês terão impressão basilar, nos tratamos a maioria deles em cadeira reclinada até que estejam aptos para sentar sem apoio. Crianças com OI tipo I precisam aprender estratégias de proteção da audição e todas as crianças precisam maximizar sua educação e seu potencial social.  Nós desejamos assegurar que as crianças com OI entrem na vida adulta com ótima mobilidade e com habilidades para participar plenamente da vida comunitária.

Referência: Proceedings of the 7th International Conference on Osteogenesis Imperfecta. Montreal, Canada, 1999.

Fonte:www.aboi.org.br


  













 
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