OSSOS DE
CRISTAL
Osteogenesis imperfecta
FONTE: www.aboi.org.br
Como viver com Ossos de "Cristal".
O que você deve saber
sobre Osteogenesis Imperfecta
O que é a Osteogenesis Imperfecta?
É uma doença genética provocada por um defeito num dos
genes produtores de colágeno (um dos elementos formadores dos ossos), o que resulta numa estrutura óssea muito frágil, sujeita a fraturas, muitas vezes
desde, o período da gestação do
portador. A cortical (camada externa do osso) dos portadores de OI é mais fina,
e conseqüentemente, o osso é mais frágil. Dependendo do caso, a OI pode ser
acompanhada de dentiogenesis imperfecta, que torna a camada externa dos dentes
(dentina), tornando-a escura.
É uma doença rara,
atinge 1 a cada 21.000 nascidos, Estima-se que no Brasil existam pelo menos
12.000 portadores de OI. Os estudos sobre OI, mas o conhecimento produzido não
tem atingido igualmente as áreas distantes das centros urbanos e a maioria dos
interessados, o que muitas vezes acaba complicando a situação dos portadores.
A OI não causa deficiência intelectual!
Quais são as causas?
São desconhecidas,
mas a maior parte das vezes é hereditária. Em famílias com precedentes, a
possibilidade de gerar um filho com a doença, é de 50%. Os casos sem histórico
familiar são minoria – de 2% a 5% do total – e ocorrem quando há alguma mutação
genética (uma alteração inesperada na seqüência do gene).
Quando é possível fazer o diagnóstico?
Pode ser feito no
pré-natal, por ultra-som, da 14° à 18° semana de gestação.
A maior conquista da
ABOI - até agora - foi conseguir que o Ministério da Saúde Brasileiro
subsidiasse o tratamento com pamidronato dissódico, único a apresentar
resultados realmente positivos no que diz respeito ao aumento da densidade
óssea em OI, diminuindo o número de fraturas, as dores, melhorando a mobilidade
e, assim, a qualidade de vida de quem tem a doença. E em dezembro de 2001,
foram criados Centros de Referência em Osteogenesis Imperfecta em 10 hospitais
do país. Em 2005, o Ministério da Saúde assinou a portaria 126, criando mais um
CROI, agora em Pernambuco. Em 2002, pela primeira vez na história da medicina
brasileira, a OI foi tema de um Congresso Internacional, e de um Simpósio para
leigos e especialistas, ocorrido dentro do “V CIOMM - Congresso Internacional
de Osteoporose e Metabolismo Mineral”, no Estado do Espírito Santo. Também
participamos, em 2005, do “I Encontro Nacional de Apoio a Portadores de Doenças
Genéticas”, realizado em São Paulo , com o apoio da Associação Brasileira de
Genética Clínica.
Em dezembro de 2009 e
abril de 2013 a ABOI em parceria com o Instituto
Fernandes Figueira, realizou-se o I e o II Encontro Nacional dos Centros de
Referencia na OI , onde participou todos os coordenadores nacionais tanto dos
CROIs como os dos núcleos estaduais da ABOI.
A terapia por pamidronato, embora não cure a
doença, é efetiva na diminuição da dor e da incidência de fraturas.
Qual é a alimentação recomendável?
Cálcio:
leite e derivados lácteos (queijo, manteiga, iogurte, etc), peixes, salmão,
amêndoas, brócolis, espinafre, legumes (cenoura, beterraba, mandioquinha). Fósforo: carne, peixes, amêndoas,
nozes, brotos de soja, gemas de ovo, fígado,
coração. Magnésio: cereais
integrais, gérmen de trigo, acelga, batatas, amêndoas, chocolate amargo, nozes
e legumes. Zinco: cereais integrais,
ostras, carnes vermelhas e rins. Vitamina
C: laranja, acerola, maçã, pimentões, tomates, verduras de folha verde,
kiwis. Vitamina D: azeite, leite,
sardinhas, arenques, salmão, óleo de fígado de bacalhau.
Alimentos não recomendáveis: embutidos (salsichas, chouriços, salame, copa); café e chá
mate preto; refrigerantes e álcool.
O que é a ABOI - Associação Brasileira de Osteogenesis Imperfecta?
É a única organização voluntária
brasileira dedicada à melhoria da qualidade de vida dos cidadãos com OI e à
conscientização da sociedade sobre a inclusão. Foi fundada, dia 11 de dezembro
de 1999 (CNPJ: 0446474/001-12). Hoje os portadores pais, familiares, amigos, e
profissionais trocam experiências, e divulgam informações voluntariamente em
reuniões regionais e nacionais, congressos nacionais e internacionais, e por
meio de uma lista de discussão na internet. Existem hoje aproximadamente 400
portadores de OI associados e um Conselho Científico composto por 23 médicos
com experiência em OI. Também disponibiliza muitas informações, além dos vários
artigos traduzidos no site, foi elaborado o “Livrinho do Portador”, e um
formulário de pesquisa sobre a OI, usado pelos médicos, ao cadastrarem o
portador em um dos Centros de Referência em OI.
Quais são os sintomas?
·
Fragilidade óssea (fraturas e
deformidades);
·
Baixa estatura;
·
Escoliose (desvio na coluna vertebral);
·
Defeitos na formação dos dentes
(dentinogenesis);
·
Escleras (a parte branca dos olhos) azuladas;
·
Problemas de audição, causados pelos
ossinhos do
ouvido interno (martelo, bigorna e
estribo);
·
Alteração na face (formação triangular);
·
Deformidade torácica.
Quais são os graus da doença?
1-
Poucas fraturas na infância, ocorrendo
a maior parte na fase adulta;
2-
Fraturas intra-uterinas ou no momento
do parto, quase sempre letal;
3-
Fraturas freqüentes com deformidades,
podendo ocorrer na barriga da mãe e até mesmo no parto, baixa estatura;
4-
Fraturas freqüentes com poucas
deformidades.
Quais são as conseqüências?
·
Múltiplas e sucessivas as fraturas
levam a deformações nos ossos longos (pernas, coxa, antebraço, e braço) com
encurtamentos, desvios e limitações de movimentos;
·
Muito frágeis, os ossos curtos (bacia,
coluna) cedem ao peso de órgãos e tecidos do corpo e ficam achatados,
provocando baixa estatura;
·
Com o achatamento da coluna, a caixa
torácica (espaço pulmonar) fica reduzida, causando problemas respiratórios e
cardíacos.
Quais são os tratamentos?
Clínico: a resistência óssea pode ser
melhorada com medicamentos como os bisfosfonatos (à base de fosfato),
principalmente o pamidronato e o alendronato. Informações nos Centros de Referência em OI no site da
ABOI – www.aboi.org.br.
Cirúrgico (rodding): uso de haste
de metal no interior do osso para aumentar a resistência, diminuir a ocorrência
de fraturas e corrigir deformidades. Nas áreas onde houve uma fratura ou o osso
está curvo, ele é cortado e realinhado. Uma haste é introduzida através dos
seus segmentos para torná-lo reto. Ela age como um eixo interno para fortalecer
o osso fraturado, e diminuir muito a dor de uma
fratura. É uma cirurgia usualmente restrita a crianças com as formas
moderada ou severa de O.I., ou para repetidas fraturas de um ou muitos ossos
longos. Recomenda-se, normalmente, esperar até que a criança tenha pelo menos
um ano de idade para realizá-la. Nem todo portador pode usar a haste, devido à
fragilidade óssea.
Fisioterapia: é indispensável e
deve ser contínua feita, em casa ou em centros de reabilitação, assim como a
hidroterapia. Para quem pode fazer, natação também é uma das melhores formas de
exercício.
Exercícios
físicos: sempre que não estiver engessado, deve-se procurar
exercitar a musculatura. O melhor, sempre que possível, é andar. Quando é
impossível andar, deve-se fazer outros exercícios, como natação,
hidroginástica, exercícios respiratórios etc., de acordo com cada caso
específico e a critério médico.
Exercícios respiratórios: para diminuir
as conseqüências da compressão medular (problemas de coluna) ou desvios como a
escoliose, tanto adultos como crianças devem fazer exercícios respiratórios, em
casa todos os dias, como: cantar, encher balões de ar, soprar línguas-de-sogra,
empurrar uma bolinha de ping-pong dentro de uma bacia d'água soprando-a com um
canudinho. Casos mais graves precisam de terapia respiratória específica. Se
você sente muito cansaço sem razão aparente, pode ser o momento de começar a
fazer exercícios respiratórios!
Para o portador de OI exercícios físicos e
respiratórios devem se tornar um hábito diário, como tomar banho e escovar os
dentes.
O que é importante saber sobre o medicamento Pamidronato Dissódico?
Segundo
o Dr. Horácio Plotink, endocrinologista
pediátrico, responsável pela Unidade de Metabolismo Ósseo do Munroe-Meyer
Institute do University of Nebraska Medical Center,
pamidronato é uma medicação que pertence uma família farmacológica dos
bisfosfonatos. Têm sido usados para o tratamento de osteoporose. A ampla ação
dessa medicação para diminuir a taxa de reabsorção dos ossos conduz ao aumento da densidade
óssea.
O
Protocolo de Montreal (avaliado durante 10 anos com excelentes resultados)
aprovado pelo Ministério da Saúde estabelece uma série de três infusões de
pamidronato por ano (uma a cada quatro meses). Cada infusão é feita durante
três dias. No caso de crianças pequenas, o tratamento é repetido mais
freqüentemente (conforme decisão médica), para potencializar os efeitos da
droga neste período da vida em que mudanças ocorrem muito rapidamente.
A
resposta ao tratamento tem sido encorajadora, primeiro porque a dor tem
diminuído significantemente se não completamente desaparecido em todos os
pacientes. Segundo, porque sua
mobilidade e, portanto, sua independência, tem sido aumentada; e
terceiro porque, a incidência de fraturas tem sido significativamente reduzida,
quando comparada com a incidência antes do tratamento. Finalmente, a densidade
mineral dos ossos na espinha lombar tem aumentado, algumas vezes drasticamente,
em todas as crianças.
O mais
importante é que a taxa de crescimento nestas crianças não diminuiu, quando
comparada com a taxa antes do tratamento. A melhora destes pacientes em termos
de densidade e mobilidade é definida como muito importante. A terapia por
pamidronato, embora não cure a doença,
é efetiva na diminuição da dor e da incidência de fraturas e aumenta a
mobilidade e a densidade óssea em elaborado o “Livrinho do Portador”, e um
formulário de pesquisa sobre a OI, usado pelos médicos, ao cadastrarem o portador
em um dos Centros de Referência em OI.
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