Osteogênese Imperfeita (OI) no
Brasil após organização da sociedade civil
Foi fundada em 11 de dezembro
de 1999 com familiares, pessoas com OI e médicos a Associação Brasileira de
Osteogêneses Imperfecta - ABOI. Em dois anos a associação, com o auxilio da
internet conseguiu transformar a situação da OI no Brasil. No percurso da minha caminhada a redes social
tem sido de uma importância fundamental para a luta social das pessoas com OI.
Muitas mudanças, muitas conquistadas, a gama de informação mudou a realidade e
a história de uma doença genética, rara, sem cura, degenerativa que atinge, em
média, 1 em cada 21mil crianças nascidas no Brasil. Durante dez anos, embora ainda não tenhamos
ainda sua cura, mas com o uso do medicamento, foi possível melhorar a qualidade
de vida das pessoas com OI. A ABOI nos mostrou que com informação e dedicação é
possível inserir a pessoa com OI na sociedade, de modo produtivo, e capaz de
contribuições inimagináveis.
Com o falecimento da presidente
eleita em 2011, a Sra. Rita Amaral, uma nova diretoria foi empossada. A ABOI,
que já tinha algumas pendências de assinaturas, e alguns membros já falecidos
tiveram a sua continuidade jurídica comprometida. Sem uma representação
legitimamente constituída, foi necessário legalizar para dar continuidade às
ações já formalizadas pelo Facebook e pelo Blogger da ANOI (Amigo Nacional da
OI) que vinha crescendo consciente do seu papel, frente a antigos e novos
desafios voltados para a qualidade de vida da pessoa com OI. Assim, a ANOI, já atuante como sociedade civil,
teve que se estruturar juridicamente para pleitear seus direitos, empreender
projetos e, obter recursos do governo e de outras instituições.
Em seu 35º Encontro, em uma
Assembleia no dia 27 de maio de 2017, a ABOI encerrou oficialmente as suas
atividades do Núcleo RJ. Na mesma assembleia foi a ANOI passa ser associação,
com 57 pessoas assinando a ata.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
OSTEOGENESE IMPERFEITA (ANOI)
A fundação da ANOI, em maio de
2017, possibilitou ampliar a nossa participação em eventos e congressos de
associações de doenças raras, e atuar mais efetivamente em parcerias com outras
associações de pacientes. Ultimamente, a ANOI vem se fazendo presente em
audiências públicas, levando ao legislador o conhecimento sobre a OI e suas
reivindicações. Embora mantenha os mesmos preceitos da ABOI, está mais dinâmica
e arrojada, utilizando muito mais as mídias sociais de comunicação. A ANOI foi
criada para dar continuidade e ampliar conquistas. A dimensão deixou de ser
exclusivamente de familiares, juntou-se aos profissionais simpatizantes com a
nossa causa, e tem trabalhado junto a outras associações de pacientes com
doenças raras.
Para a ANOI é fundamental que a
pessoa com OI resgate sua autoestima e tenha autonomia nas atividades
cotidianas, fora do ambiente doméstico, tais como se relacionar com a
vizinhança, deslocar-se para o colégio, trabalhar. O núcleo familiar é muito
importante nessa conquista. Este é um tema recorrente em todas as reuniões. A
pessoa com OI muitas vezes é tolhida nessa empreitada devido a uma série de
barreiras que interfere ou até a impede de conquistar essa autonomia. Pode ser
tanto em seus próprios lares, como no espaço urbano não adaptado às normas
brasileiras de acessibilidade.
A partir daí, começaram a
surgir ações voltadas ao desenvolvimento da cidadania, com a realização de
trabalhos de caráter educativo, de cultura e de lazer.
Temos organizado e participado
de vários eventos com outras associações tais como: a 3ª caminhada rara no
Parque do Flamengo; a 1ª Feira rara na Cinelândia; do 1º Fórum das raras na
Universidade Veiga de Almeida; no Seminário das raras no Hospital Pedro Ernesto
e da Audiência Pública na Câmara dos Vereadores com o debate “Papel da
sociedade na construção da assistência para pessoas com doenças raras nos
Termos da Portaria Federal 199/2014"; e do Simpósio das Raras na
Unigranrio de Caxias entre outros.
ANOI COMO
REPRESENTANTE DE USUÀRIO NO IFF
Na Coordenação do Fórum de
Políticas Públicas para Crianças e Adolescentes com Doenças Crônicas e/ou
Deficiências e suas Famílias no Instituto Fernandes Figueira (FIOCRUZ), desde
2010, que tem como desafio sensibilizar o poder público para dois projetos:
Desospitalização e o Auxílio Doença Parental.
No Comitê de Ética em Pesquisa
em Seres Humanos do Centro IFF, como representante no colegiado onde se analisa
projetos de pesquisas que envolve seres humanos, desde 2007.
E atualmente também é
integrante do Colegiado Diretor, como membro efetivo na direção 2017-2021
PROJETO DE LEI
A primeira ação da ANOI foi
entregar um Ofício ao Secretario Estadual de Saúde com sua pauta de
reivindicações.
Tramitam também duas PL na
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro: O Projeto de Lei nº
2533/2017 Que cria o programa de conscientização e capacitação sobre a OI no
Estado do RJ, e o Projeto de Lei nº2492/2017 que concede prioridade na urgência
e emergência em Ortopedia e Cirurgia. Autor(es): Deputado ANDRÉ L.
CECILIANO, FATINHA
CONCIDERAÇÕES FINAL:
O movimento surge na busca
pelos nossos direitos e da percepção da urgência em divulgar as informações a partir
dos conhecimentos obtidos de outros países, via internet sobre a OI. No Brasil
não se sabe quase nada, constatado nas mensagens trocadas na lista de
discussão. Percebi também que muitas pessoas não tinham referências sobre a
doença e precisavam de conhecimentos esclarecedores sobre sua patologia.
Acreditavam ser o único afetado, por isso, o sentimento de solidão.
Percebo ainda uma grande
dificuldade dos familiares no entendimento sobre a OI, muitas das vezes por
falta de capacidade de compreenderem a linguagem técnica da medicina. O fato é
que uma grande parte dos familiares que tem que lidar com seus filhos (as)
sabem pouco ou quase nada de como lidar com a OI.
As organizações, como
associações ou movimentos de pais devem estar inseridos nas equipes
interdisciplinares nos Centros de Referencia da Osteogênese Imperfeita - CROIs,
deve atuar junto aos familiares no processo de conscientização, destes, quanto
à compreensão e a importância do tratamento interdisciplinar (medicamento,
ortopedia, fisioterapia, nutrição, psicologia e outros). Além disso, deve
identificar as necessidades das famílias para o cumprimento do tratamento, sua
atuação pode ser estendida, apoiando os familiares no processo de inserção
social da pessoa com OI ( conhecimento da doença, superando o medo e melhorando
a auto-estima do afetado e dos pais). Contribuindo, assim, para a garantia dos
direitos social.
O
movimento no Rio de Janeiro trouxe uma realidade diferente daquela que as
pessoas com OI e seus familiares estavam acostumados. Não foi pouca as
vezes que ouvi dos médicos que a OI é uma doença sem tratamento, não se faz
nada, só engessa. Hoje a realidade no Rio é outra, os próprios médicos mandam
procurar o núcleo, falam de esperança, encaminham para o tratamento. Temos uma
rede de social que funciona.
Através da reflexão vivenciada
feita no decorrer deste trabalho foi possível observar que a inclusão é
fundamental para os pacientes com OI .
Como se pode observar, os
avanços não foram poucos. As respostas ao tratamento têm sido realmente
encorajadoras. Nos últimos anos, tanto na parte de medicamentos e no âmbito da
cirurgia ortopédica que já é possível e recomendada para a correção das
deformidades ósseas, observam-se resultados tremendos.
E segue a luta, mais
fortalecida pelo conhecimento adquirido e compartilhado, num primeiro momento
através das redes sociais, na internet, que se avolumou de tal forma para
transformar-se em movimento social organizado na busca de seus direitos e se
tornar uma Entidade social para este fim.
O fenômeno das redes sociais,
neste caso, teve múltiplas funções e foi muito além de promover uma
oportunidade para troca de experiências e de cooperação do grupo. Transformou
vidas. Os próprios médicos falam de esperança ao encaminharem os pacientes para
o tratamento.
A autonomia da pessoa com OI
deve ser incentivada e conquistada diariamente. Nesse sentido, a família, como
proteção e amparo, tem esse papel primordial: buscar e ou criar os meios que
incentivem a autonomia física e psicológica, em qualquer estágio da vida da
pessoa com OI, ela tenha competência de criar suas próprias oportunidades.
Fátima Benincaza
Presidente da ANOI
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